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Toni: Faz tu (agarrando o peito de Rato com violência) vai lá vai vai! | Rato (aflito) Eu não, Toni! | Toni: Vai lá vai! | Rato: Sei lá eu onde é que ele andou com a boca cheio de… cheio de…de…de…LEPRA, Toni, cheio de LEPRA, Toni! Lepra Toni! Ele ‘tá cheio de…de…dessa merda, Toni, de doenças e o caralho. (in BALAS E BOLINHOS: O REGRESSO)

Nom :
Lieu : Lamego, Arronches, Fundão e Coimbra, Portugal

dimanche, octobre 01, 2006

"O Jardim", Mão Morta

Há tanto tempo que não me ocupo do jardim
A última vez estava frondoso
A buganvília a tingir-se de vermelho
Trepando, o perfume inebriante
E as festas ao cair da tarde
Parece que foram há séculos
Noutra encarnação
Os meus amigos traziam as bebidas
E a jovialidade
O jardim enchia-se de gente
De beijos
Pelos cantos sôfregos de desejo

Inventavamos planos de rebelião
Sonhos de transmutação
Passavamos horas a inventar
Entre duas carícias
Surgiam ideias puras e inocentes
Como a nossa vontade de tudo abarcar
Era um frenesim constante
Faz-me pena agora
Olhar para ele
Para as suas sebes abandonadas
De ramos retorcidos
Jaz tombada a grande epícea
E uma enorme cratera
Substitui os belos canteiros de outrora

Há tanto tempo que não me ocupo do jardim

A última vez estava frondoso
A buganvília a tingir-se de vermelho
Trepando, o perfume inebriante
E as festas ao cair da tarde
Parece que foram há séculos
Noutra encarnação